segunda-feira, 20 de agosto de 2007

FILHOS


Os filhos são para mim uma inesgotável fonte de problemas.
Eu até gosto de crianças, mas no que diz respeito aos meus rebentos decididamente não tenho tido muita sorte.
E o pior é que eles ainda nem sequer nasceram…e pior do que o pior é que nem concebidos eles ainda foram.
Porque têm sempre de vir á baila a questão de “quantos filhos queres ter?”
Em primeiro lugar eu não vou ter filhos, apetece-me dizer. A única questão que me pode ser colocada é a de quantos filhos quero fazer, ao que me dá vontade de responder “ Quero passar a vida a faze-los, acho que é essa a minha vocação, prometo faze-los perfeitinhos e estudei durante anos as melhores técnicas para que saiam inteligentes como o Einstein e perfeitinhos Brad Pitts e trés Jolies Angelinas.”
Mas não foi essa a resposta que dei quando a Mariana me fez a maldita pergunta.
“Quantos filhos…gostava de ter dois. Um por volta dos 30 anos contigo e outro por volta dos 40 com uma mulher que na altura seja mais nova.”.
Mariana era lindíssima, se calhar até foi a minha namorada mais bonita, mas a paciência de certeza que não era uma das grandes qualidades dela. Por ter sido tão sincero terminamos o namoro.
Mesmo com a consciência de que tinha aprendido a lição os meus ouvidos não acreditaram quando a Paola, mais tarde, reformulou a interrogação que tantos dissabores me trouxera uns meses antes:
“Bem Paola…filhos quero ter 3, mas a maioria quero que sejam teus. De dois serás tu a mãe. O outro quero ter mais tarde quando for um quarentão e de preferência com uma mulher de 20 e muitos.”.
Em vez dos dois filhos, ganhei dois estalos mas tive a certeza que encontrara a resposta perfeita para quando essa pergunta me voltasse a ser colocada.
Afinal o que elas queriam ouvir não era que a maioria dos filhos será delas. O problema das minhas respostas só podia ser o timing utilizado. A resposta perfeita estava consciencializada para quando voltasse a ser necessário.
Não demorou um ano a tal acontecer: “Joana, quero apenas dois filhos, um contigo por volta dos 40 para que até lá te divirtas sem grandes responsabilidades e outro em breve com uma mulher qualquer com que me apeteça ir para a cama.”.
Acho que de facto nunca vou perceber as mulheres…Mas tudo bem, mentirei com todas as minhas forças quando a Conceição, minha actual companheira me fizer essa pergunta e desta vez se se falar de filhos salto para cima dela e digo que é com ela que os vou ter, todinhos.
Posso ter demorado a perceber, mas não sou propriamente burro…
Tenho é de ter cuidado com o reumatismo dela porque quando temos 77 anos há certos esforços que não devemos fazer.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

PECADO ORIGINAL

Não há história de amor entre duas pessoas mais antiga do que esta, pelo que me parece pertinente abordar algumas considerações sobre esta relação.

Antes de mais importa constatar o facto indesmentível de que Adão e Eva conheceram-se porque não tiveram alternativa.

O Padrinho de Adão, um tal de Deus aproveitou a sesta do afilhado para criar Eva. Quando este despertou não teve escolha. Tinha de ser Eva o seu amor, o que não foi grave porque Adão também não tinha termos de comparação para que pudesse dizer: “Oh meu Deus…tanta mulher bonita e tu fazes me acordar com este trambolho? Ainda por cima…é pá…espera ai…a minha costela?”.

Já Eva deve ter ficado com uma óptima impressão do seu companheiro “Um gajo desta idade, que nunca viu o que é uma mulher nua e nem sequer se digna a afastar-me esta maldita folha de plátano?”

O medo de Adão era compreensível…sendo uma das costelas de Eva, a costela que lhe pertencera até que ponto um envolvimento de cariz sexual entre os dois não constituiria um mero acto masturbatório?

Um dia Adão ganhou coragem e como era a primeira vez de ambos, decidiu que deveriam ir para um sítio especial assegurar o futuro de toda a humanidade.

“Eva da minha costela, vamos ali ao Jardim ao Éden pecar um bocadinho que eu não aguento mais…”

E lá se dirigiram ambos para oriente a caminho do jardim que Adão cultivava e guardava dizendo repetidas vezes com orgulho que “Nunca ninguém, além de nós os dois colocou os pés nesta maravilha.”

Chegados aos jardins onde as mais belas espécies de árvores de fruto desabrochavam Adão e Eva sucumbiram ao prazer da carne perante o atónito olhar de uma serpente.

Pecaram forte e feio…da primeira vez originalmente, da segunda, terceira e quarta não tanto.

Questiono me sobre a necessidade de adjectivar o pecado.

Se Adão e Eva foram os primeiros não é por demais obvio que tudo que fizeram é original?

Além disso não posso deixar de imaginar:

Adão arremessa uma pedra,”Eva da minha costela, fiz o arremesso original anda ver.”.

Eva dá 8 saltinhos,”Adão…Adão…dei 8 saltinhos originais.”.

Temos pena que quando Adão deu a sua “cagada original” ainda não tinha ninguém com quem partilhar o especial momento.

No fim de tanto pecarem no maravilhoso jardim, apeteceu algo a Eva e há falta do belo do cigarro, teve que se contentar em degustar uma maça que partilhou com Adão que não se coibiu de dar duas passas…dentadas no fruto proibido.

Alguns entendidos na matéria dizem que não foi muito boa ideia comer os frutos da árvore do conhecimento do bem e do mal pois tal foi proibido pelo Padrinho de Adão que de imediato munido de uma caçadeira expulsou o casal do Jardim enquanto gritava:

“Controlei-me enquanto vocês faziam aquelas indecências e me destruíram a horta da primeira vez, não vos incomodei enquanto vocês estavam naquela posição estranha em cima do meu batatal na segunda, deixei me estar a observar enquanto a menina Eva me destruiu a trepadeira da terceira vez e por fim não fui capaz de vos chamar a atenção que me tinham dado cabo da vindima lá com as vossas maluquices. Mas agora que já estão com as folhas de plátano vestidas como se atrevem a comer a maça?”

Nunca mais voltaram aquele jardim, onde ganharam o gosto por pecar em sítios públicos e Adão que nunca esqueceu aqueles orgásmicos momentos que ali passou com Eva, passou a designar carinhosamente o espaço como Paraíso.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Recordar é viver



Compilação de todos os poemas, se é que se pode chamar poemas a estas composições básicas, que eu escrevia quando tinha 14,15 anos.Tinha os aqui em casa em uns papeis e agora ficam aqui blogados para mais tarde recordar.
Não gozem muito por favor, se tivessem tido uma infância difícil como a minha perceberiam melhor.
Se este blog fala de tudo que tem a ver com amor, faz todo o sentido...
www.ferrete.blogspot.com